Hoje tive a minha terceira sessão de terapia. Acordei ansiosa pra ir. Tinha tantas coisas pra falar...
De todas as coisas que expressei hoje o que mais ficou em voga foi as mudanças de humor, a irritabilidade, a agressividade e os sentimentos que se seguem depois que estas "explosões" passam. Coloquei o explosões entre parentese porque não sou do tipo que bate ou quebra coisas (apesar de já ter feito isso, mas sempre quando estava sozinha). Em frente as pessoas sou muito mais implosiva do que explosiva. Em geral eu engulo a raiva por medo de afastar as pessoas de mim e a descarrego sobre mim, na forma de auto-mutilação/agressão, drogadicção ou álcool e comida. Porém, há aquelas vezes em que eu perco o controle (o que tem sido muito mais comum ultimamente, já que não estou mais fazendo a maioria das outras coisas que citei) e quando isso acontece eu costumo falar de forma muito agressiva com quem quer que esteja por perto.
O mais complicado nestes momentos de raiva e descontrole é o sentimento que me consome depois que tudo já aconteceu. Sinto-me culpada por ter gritado e ser agressiva e isso causa uma forte dor, como se eu fosse uma pessoa horrível (o que também acontece quando dirijo as agressões para mim). Ainda pior é que as pessoas não entendem nem nunca entenderam esses sentimentos, não validam a minha raiva e me tratam como se eu fosse uma adolescente rebelde, o que me deixa ainda mais irritada e frustada.
Outra coisa sobre a qual falamos hoje e que também tem tudo a ver com o que estava dizendo anteriormente é a relação com a minha mãe. Raramente (nunca) eu digo não para minha mãe e isso é sempre muito frustante. Todas as coisas que eu tenho vontade de fazer ela julga desnecessárias. Se eu quero sair com os meus amigos ela já questiona pra que vou sair se posso ficar em casa. Se eu quero ir ao cinema ou comer fora ela acha ruim porque vou gastar dinheiro. Se eu gosto de ler romances ela acha que são livros ruins. Por outro lado ela tendencia a querer que eu faça tudo o que ela gosta, como por exemplo ir a igreja e ler textos bíblicos, ir para chácara e plantar flores no jardim ou ficar em casa com ela e como ela. O desenvolvimento da minha personalidade é extremamente prejudicado por causa disso, porque estou sempre fazendo o que ela quer e não o que eu quero, o que me confunde sobre o que devo fazer. Tudo isso que relatei nos levou ao exercício que a psicóloga me deu na sessão passada que eu falei em um post anterior.
São elas:
- O que gosta de fazer e está fazendo: Ler, trabalhar e gastar dinheiro comigo.
- O que gosta de fazer e não está fazendo: Ir ao cinema, teatro e exposições de arte, sair com os amigos, conversar com pessoas intelectualizadas, estudar assuntos do meu interesse (música, arte, história, mitologia, cultura, curiosidades), desenhar, ler, ajudar as pessoas a pensar soluções para seus problemas, cozinhar, degustar boa comida e bebida, conhecer novos lugares, viajar e me deslumbrar com coisas belas.
- O que não gosta de fazer e está fazendo: Comer compulsivamente, trabalhar em casa, morar com os meus pais, implorar afeto, dormir em excesso.
- O que não gosta de fazer e não está fazendo: usar drogas, fumar, beber em demasia.
Minha carreira é uma grande questão pra mim. Ter uma personalidade fluida me confunde na hora de escolher o que fazer da minha vida (na verdade me confunde em tudo, preciso sempre que alguém me diga o que fazer e como fazer). Ao final da sessão minha psicóloga me deu um novo exercício: Baseada nas coisas que eu coloquei que gosto de fazer e gosto de fazer mas não estou fazendo eu devo pesquisar profissões que tenham a ver com essas preferencias e me visualizar desempenhando-as, independente da validação ou julgamento de outras pessoas.
Bom, foi isso. Sai de lá muito aliviada e um pouco mais animada. Passei o dia bem, sem crises de ansiedade ou compulsão e variações de humor (pelo menos até agora) e estou sendo agradável com as pessoas. Ainda há esperanças! ^_^

Eu me vi na parte que você fala das pessoas nos verem como adolescentes rebeldes, e a questão da carreira para mim também é terrível, eu mesmo sei um pouco de cada coisa mais não sou especialista em nada já entrei em quatro cursos de graduação e não terminei nenhum. Gostei muito do seu post!
ResponderExcluirOlá menina do canto! Essa percepção das pessoas é terrível! Não somos adolescentes, só temos uma sensibilidade maior e uma maior dificuldade de lidar com alguns sentimentos. Me irrita muito isso também. Outro dia minha sobrinha de 12 anos me chamou de adolescente. Fiquei indignada!! Parece uma bola de neve, quanto mais gira maior fica. Como explicar para a família? Não sei... as vezes tenho a sensação de que eles não estão muito interessados. Quanto a graduação, quem sabe agora você não encontrou algo que realmente se identifica?! Pense com calma e coonte comigo!! Beijo grande e obrigada!!
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