foto de:http://modto.com/amanda-clyne-borderline/
Foi depois de uma crise terrível de ansiedade, desespero e desejo de morte que eu decidi ligar para a psiquiatra. Fui lá no catálogo do plano de saúde e procurei por algum nome. Encontrei lá uma médica que me pareceu ser a certa, sem pestanejar liguei. Queria a consulta para o mesmo dia, a mesma hora, o mesmo instante... estava desesperada! Infelizmente não consegui, e depois de uma semana, onde os ânimos já haviam se acalmado um pouco, lá estava eu no consultório esperando a minha hora de entrar.
Depois de algum tempo aguardando a minha vez, vejo entrar na sala de espera um casal de amigos. Ambos se tratam com a mesma psiquiatra, ele com síndrome do pânico, ela com depressão crônica. Fiquei divagando por alguns segundos na doloroso realidade daquilo: cada vez mais as pessoas estão doentes. Chamaram então o meu nome, e lá fui eu.
Simpatizei com a psiquiatra de cara, me senti a vontade e falei falei falei sem parar. Claro que chorei muito, um nó na garganta e um aperto no peito sufocava cada palavra. Auto-mutilação, negligencia comigo mesmo, drogas, álcool, dependência emocional, impulsividade, compulsão alimentar, baixa auto-estima (aliás, nula), entre tantas outras coisas mais, fizeram com que ela me desse o diagnóstico: Borderline.
A vida toda eu soube que havia algo de errado comigo. Impossível não achar isso quando você corta o próprio corpo ou vive uma vida baseada em auto destruir-se, sem saber quem se é. Foi assim que tantas e tantas vezes eu me olhei no espelho e me perguntei "Quem é você?". A grande questão atualmente é que este modo de viver tornou-se insuportável. São vinte e sete anos de nada!
Descobrir-me borderline foi ao mesmo tempo insuportável e libertador. Eu nunca antes havia procurado um médico, ou mesmo fui incentivada pela minha família a fazer isso. Fiz cinco meses de terapia comportamental no ano de 2010, onde fui diagnosticada com depressão e depois fiz quase dois anos de análise (psicanálise) entre 2011 e 2013, que me ajudaram a não me matar. Tudo isso sem um diagnóstico. Sou a favor do diagnóstico.Sem ele eu ainda estaria sem rumo.
Hoje, decidi que é hora de descobrir quem é essa mulher que me olha no espelho. Decidi que é hora de ama-la. Ainda que eu não saiba como fazer isso. Este espaço eu escolhi para um auxílio e espero poder partilhar de um encontro com a pessoa mais importante pra mim: EU.

Puxa, eu chorei com o seu post. Me identifiquei muito com a frase: "São vinte e sete anos de nada!" pois para mim o sentimento é igual.
ResponderExcluirAcabei de ler o seu blog. Me identifiquei com praticamente tudo o que você compartilhou ali. Pode contar comigo para o que precisar! Quem sabe juntas somos mais fortes! Beijo.
ExcluirNossa eu me identifiquei muito com seu post, pois vivi muito tempo assim e tenho 28 anos... agora que estou começando a viver a minha vida e descobrir quem sou eu. Também não tenho nada contra diagnósticos desde que eles estejam certos, eu vivi muito tempo com os errados, tomando remédios sem precisar... agora que descobri o que é, minha vida melhorou muito.
ResponderExcluirhttp://diaadiadadepressao.blogspot.com.br
Imagino como deve ser difícil ter um diagnóstico errado. Eu demorei muito para procurar ajuda, e talvez por isso não tenha sofrido com essa questão. Fui diagnosticada com depressão a 4 anos, mas meu tratamento se resumiu a terapia. Nesse momento (onde eu acreditava que tinha depressão) achei que tudo passaria quando fiquei com o homem da minha vida! Rsrsrs... E foi por causa desse relacionamento que procurei uma psiquiatra pela primeira vez. Também tenho esperança de que agora minha vida irá melhorar! Obrigada por vir aqui! Visitarei sua página! Beijo!
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