imagem de: http://www.internetmonk.com/archive/40465
Faz mais ou menos um mês que recebi o diagnóstico de Transtorno de Personalidade Borderline. Na primeira semana li tudo o que podia sobre o tema. Encontrei blogs muito bacanas, como o Borderline Girl e outros que não são mais atualizados a algum tempo e posso dizer que me ajudou muito a entender um pouco sobre o que eu tenho e claro, não me sentir sozinha.
Durante os meus vinte e sete anos eu sempre achei que fosse forte e que poderia lidar com tudo sozinha, mas infelizmente não posso. Por alguma razão meus pais reagiram muito mal ao diagnóstico. Minha mãe negou, disse que vamos a um neurologista, que eu não tenho nada. Claro que é difícil para ela aceitar quando mantive todo meu histórico em segredo. Na minha casa não se fazem muitas perguntas e pode-se dizer que eu sempre fui um pouco "arisca". Já meu pai, não expressa muito o que sente e no fundo acho que eu sou um pouco como ele.
Assim sendo, uma semana após o diagnóstico lá estava eu, novamente em crise, desesperada, pronta para me jogar na frente de um ônibus. Tudo desencadeado por meu ex-namorado, que me mandou uma mensagem que destroçou o resto de carne moída que tenho no lugar do coração. Naquele momento eu tive certeza que não conseguiria sozinha.
Minha psiquiatra me indicou uma psicóloga e foi pra ela que eu liguei.Infelizmente nunca consigo marcar uma consulta no mesmo dia, mas talvez tenha sido melhor assim. Semana passada foi minha primeira sessão: entre lágrimas e milhões de perguntas e amarras que me prendem tudo fluiu muito bem. Entre todas as coisas que contei para ela a grande questão nesse primeiro momento foi: "Quais os fatos da minha vida que me fazem acreditar que não consigo, que não sou capaz de fazer nada?"
Ainda não tenho uma resposta concreta, mas refletindo vejo que tenho uma tendencia a abandonar as coisas. Mudo de humor e opinião com uma facilidade incrivelmente fácil. Além disso, não consigo identificar em mim o que faz realmente parte da minha personalidade e o que foi moldado por conveniência para ser aceita pelos outros. Nisso se resume minha dificuldade: não me acho capaz porque não sei o que quero, nem sei quem sou.
E é incrível como esta resposta foi justamente a grande questão que rondou a minha segunda sessão, hoje: "Quem eu sou?" "O que realmente faz parte da minha personalidade?". Sabia que este espaço me ajudaria, pois foi exatamente agora que me deparei com isso. Como descrevi para minha psicóloga, eu vivo uma vida que não é vida, como se estivesse atrás de um véu, e tudo que vejo é turvo, impalpável, irreal... Incrível como a teia da psique vai se construindo. Isso me deixa feliz.
A psicologa me deu alguns questionamento que terei de responder durante esta semana, são:
- O que gosta de fazer e está fazendo
- O que gosta de fazer e não está fazendo
- O que não gosta de fazer e está fazendo
- O que não gosta de fazer e não está fazendo
Partilharei aqui estas minhas descobertas. Busco descobrir a Mi e quem aqui vier irá acompanhar isso. Se vencer ou se for vencida, aqui irão saber. Só quero retirar este véu dos meus olhos.

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