quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Atualizando e aprendendo a me amar

Já chego avisando que não, não vou mais fazer o curso de Design. Não porque eu não quero, mas simplesmente porque não abriu turma. Vou lá na faculdade pegar meu dinheiro de volta. Estou triste pelo fato de que não há outra faculdade em minha cidade que ofereça o design de produtos. Minha cidade não tem nada e isso me irrita muito!
Mas não se preocupem, apesar de ter ficado chateada e ter chorado sim por causa disso, eu já estou bem. Refazendo os planos enfim.

A grande novidade é que estou saindo com um rapaz que conheci em um destes aplicativos de relacionamento. Não imaginam como eu fiquei animadíssima nos primeiros dias. Depois bateu a insegurança, a ansiedade e por fim, conversamos muito e ele me confessou ainda ser apaixonado pela ex, e que não sabe se vai realmente conseguir se envolver comigo. Claro, meu mundo caiu, como diria a célebre Maysa. Me senti estupida e idiota. Parece que nesse mundo eu não nasci para ser amada, para viver coisas bacanas que casais fazem. Nasci pra ser estepe, pra ser humilhada, pra ficar só... enfim. Isso me deixou bem chateada. Ainda estamos conversando e saindo e ficando e tal... Mas já vejo que vamos caminhar para as vias da amizade. Sinceramente não é o que eu quero. Ele realmente e muito bacana. O tipo de cara que eu gosto. Meu tipo sabe? Inteligentissimo, educado, bonito, sensível, carinhoso e bem sucedido. Tudo o que eu pedi a Deus. Pena que Ele só me manda os que já estão com o coração ocupado.

Agora, o lado positivo de eu ter conhecido essa pessoa é que eu passei a me observar mais. Não quero cometer os mesmos erros e deixar a minha relação ser algo doentio, como foi meu ultimo namoro. Então iniciei o projeto: Eu me amo, eu em primeiro lugar.

Acredito que ao me amar de verdade o amor do outro será complemento e isso pode fazer com que eu sofra bem menos do que eu geralmente sofro. O primeiro passo foi fazer umas listinhas sobre mim, as quais eu fico me repetindo e relembrando o tempo todo.

Lista 1 - Pelo menos 10 qualidade que eu possuo 
  • - Inteligente
  • - Atenciosa
  • - Divertida
  • - Compreensiva
  • - Criativa
  • - Boa amiga
  • - Educada
  • - Prestativa
  • - Boa filha
  • - Cozinho bem
  • - Bom gosto
Lista 2 - Pelo menos 10 conquistas que eu obtive
  • - Graduada por uma universidade federal
  • - Mestre pela USP
  • - Habilitação
  • - Destaque nos empregos 
  • - Bem recomendada
  • - Viagens nacionais
  • - Respeito dos pais
  • - Admiração dos sobrinhos
  • - Emagrecimento
  • - Melhoria da aparência
Lista 3 - O que eu acho bonito em mim
  • - Ser alta
  • - Ter olhos claros
  • - Mãos bonitas
  • - Coxas grossas
  • - Boca bonita
Bom, o objetivo das listas é olhar pra mim mesma de forma a perceber que eu tenho muitas coisas positivas. O auto elogio é muito importante para a auto estima e é atrás dela que eu estou indo.

Por hoje é isso. Obrigado a todos que visitam minha página.

Um beijo.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Sentido...



Já começo avisando que não, não estou com uma doença grave.

Neste espaço procuro me despir de toda racionalidade, aquela que faz a gente responder as pessoas "Estou bem" quando na verdade estamos morrendo por dentro. Então espero que não me julguem. Esta é minha terapia particular.

Fiquei decepcionada ao saber que não estava doente. Fiquei mesmo. Ter uma doença me fez pensar em ter um sentido pra vida. Pra viver sabe? Lutar contra algo, resistir, e se caso eu fracassasse ninguém poderia me culpar por ser incapaz; eu estava doente! As cobranças seriam menores e acima de tudo, ninguém me abandonaria.

Mas meu novo sentido não existe. E esse meu mundo imaginário, esse que crio quando não consigo lidar com a realidade, esse meu refugio, ele também não existe.

Tudo o que eu amo se vai, tudo o que sinto é avassalador e a maioria das situações, eu não sei lidar. Tem dias que acordo cheia de vontade de mudar algo, outros não quero nem acordar. Tem dias também em que eu odeio ser como sou, mas na maioria deles eu simplesmente amo. 

E sabe porque amo? Porque esta sou eu. Esta é a minha personalidade, sendo ela borderline ou não. Intensa, zangadinha, rebelde, impaciente e irritadiça e ao mesmo tempo doce, amável, amigável, solidária aos sentimentos do outro e principalmente que ama.

A novidade é que já que a vida não anda tendo muito sentido, resolvi tentar dar um sentido pra ela. Fiz vestibular para design e passei. Farei minha matricula amanhã. Vamos ver se é isso mesmo, ou se é só mais uma onda de alguma influência louca. Se no final das contas eu descobrir que a segunda opção levou a melhor eu simplesmente vou desistir. É sofrido demais não saber quem se é.


Até!



segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Me ame por favor! (continuação)



O grande segredo guardado a sete chaves por mim é que eu ansiei a vida toda ter algum tipo de doença grave. Por favor, não estou aqui fazendo qualquer tipo de apologia a morte ou qualquer coisa do sentido. A coisa toda é que percebi nesse meu momento "rainha das dores" o quanto isso está relacionado a minha doença psíquica e a busca por amor. 

Vou relatar um pouquinho da minha história para que vocês entendam o que quero dizer.

Eu tenho um irmão e uma irmã que são bem mais velhos que eu. Meu irmão do meio sempre foi muito doente durante a nossa infância. Ele tinha dores de cabeça terríveis onde ele chorava, se contorcia e gritava de dor. Os médicos não conseguiam descobrir o que ele tinha. Suspeitaram de câncer, sinusite aguda, aneurisma e até mesmo HIV, mas nada foi realmente apontado como a causa do que ele sentia. Meu irmão chegou a passar alguns meses na casa de uma tia no Paraná para tratamento médico. Acontece que nesse tempo meu irmão recebia todas as atenções possíveis. Tudo era para ele, os dias de sono perdido, os carinhos, os mimos... e tudo era porque "seu irmão é doente". Até hoje meu irmão é o preferido da casa.

Voltando a falar de mim, desde a minha adolescência de alguma forma eu busquei a doença. Desejava seriamente ter algo grave, que podia acordar um dia e descobrir que tinha algum tipo de câncer ou aneurisma, ou mesmo algum tipo de doença mental grave que me levasse a um internamento em algum manicômio. Bebia até passar mal, fumava até ter falta de ar e assim levava meus dias. Sempre dizia aos meus amigos que já que eu não tinha coragem de me matar de uma vez eu me mataria aos poucos, afim de morrer precocemente.

E justamente agora, no auge dos meus 27 anos e cheia de dores pra lá e pra cá (onde é lógico que na minha mente louca penso ter algum tipo de doença grave) olhei pra dentro de mim mesma, sem pudores e sem preconceito, observando tudo o que há de mais podre em mim e me questionei o porque eu eu desejar esse tipo de coisa (afinal de contas, quem em sã consciência quer ter uma doença grave e morrer?).

Bom, sou borderline a vida toda. Desde minhas mais remotas lembranças eu demonstro traços desta dificuldade em lidar com sentimentos e situações e principalmente a carência de afeto e aprovação do outro. A grande sacada é que na doença eu vi um meio de receber carinho e atenção (tendo como principal exemplo o caso do meu irmão), vi algum tipo de amor que eu raramente experimentei e que eu desejo arduamente que as pessoas sintam por mim, em especial a minha família. E é por isso que eu não tenho medo de estar doente. Muito pelo contrário! 

EU SOU MUITO LOUCA MESMO!! Fico de cara com as coisas que descubro sobre mim. Aonde foi que eu me perdi?

A maioria das pessoas hipocondríacas são assim por medo de morrer e de ficar doente. Eu pelo contrário, sou viciada em dorflex simplesmente porque quero me entupir de alguma coisa que pode em algum momento da vida me fazer mal. Claro que o dorflex também tem um outro efeito sobre mim, principalmente nas minhas crises de ansiedade, pânico, afeto e principalmente naqueles dias que a dor e o vazio são insuportáveis, pois ele de alguma forma me acalma. Deve ser por causa do efeito analgésico. Acrescento a esta lista de "remédios para os momentos de crise" o torsilax, cuja caixa tomei toda em menos de uma semana. Tudo em excesso! Se fico gripada sempre tomo o dobro das doses de remédio, de xarope e qualquer outra coisa. Adoro tomar a minha droguinha anti-depressiva, odeio remédios manipulados e os considero ineficazes ao efeito que eu busco. 

Queridos que em algum momento lerem este blog, não achem isso legal porque definitivamente não é! Eu tenho um problema, tenho um transtorno de personalidade descrito nos manuais psiquiátricos internacionais. Tudo o que descrevi aqui não é saudável! Eu não ligo dos meus desejos auto-destrutivos, mas sinceramente e de todo meu coração não desejo isso pra ninguém!

Espero que ao menos entendam o quanto isso é um desabafo pra mim. 

Até logo.



Me ame por favor!

O ano não terminou/começou muito bom pra mim, quando se trata da minha saúde física.

Já estava mais pra lá do que pra cá a algum tempo. A dor de cabeça era quase diária, mas eu a associava a minha péssima condição psíquica. Associava também a essa condição algumas dores no corpo, juntas e cansaço.

A alguns meses fui a uma dermatologista a fim de saber sobre a minha tenebrosa queda de cabelo. Caia tanto que eu já estava pensando que ficaria careca. Fiz todos os exames pedidos, e felizmente meus exames de sangue estavam perfeitos, exceto... Ferritina. Eu já tinha dado uma olhada nos exames e tinha visto essa alteração. Pesquisei na internet e detestei o que vi, mas minha dermatologista não levantou nenhuma questão, então despreocupei. Incrível como qualquer coisa que eu sinta eu já penso em câncer, mas de alguma forma essa ideia não me assusta.

Quando levei estes mesmos exames para a psiquiatra (porque só faziam dois meses que a dermato tinha pedido estes e ela disse que serviam), assim como a dermatologista ela concordou que meus exames estavam ótimos, mas... diferente da outra médica ela apontou o excesso de ferritina e me sugeriu dar uma olhada nisso.

Depois disso, dores na área abdominal, sangramentos, enjoos e depois do natal peguei uma gripe alérgica. Meu nariz sangrou durante a noite, enquanto eu dormia, o que pode indicar uma inflamação por rinite ou sinusite, o rompimento de uma veia ou até mesmo um pré AVC.

As dores de cabeça ainda não pararam e passei o ano novo com algum tipo de inflamação articular no ombro esquerdo e muscular na região da base do pescoço do lado direito. A alegria estava feita quando a articulação do joelho deu uma reclamada.

Marquei médico, marquei exame e marquei mais um médico. Continuo mal, aguardando consultas e exames pra saber se tem mesmo algo de errado ou se sou só sintomática mesmo.

Agora me pergunto, porque estou contando tudo isso pra vocês?


Este post termina aqui!


sábado, 3 de janeiro de 2015

Ano novo, nada de novo.



Começamos mais um ano. Espero que neste que se inicia eu consiga colocar a minha vida o mínimo em ordem. A medicação tem me feito bem. Finalmente consigo passar por um dia todinha sem pensar em me matar a cada hora. Estes pensamento diminuíram sua frequência de forma substancial. Isso me alegra. Continuo louca, ainda que minha psicóloga puxe minha orelha todas as vezes que me defino assim, mas de alguma forma eu gosto de ser louca e isso não me atrapalha muito. O que me atrapalha é a insegurança e a inconstância de opiniões.Ora prefiro verde, ora oficialmente gosto de vermelho. Isso não atrapalha tanto em pequenas coisas da vida, mas pesa muito em decisões relacionadas a carreira, dinheiro, futuro... Como planejar se em menos de uma semana já quero algo totalmente diferente? Imaginem... Complicado né?

Bom, a questão toda é que começamos mais um ano e, não diferente de todos os finais de ano anteriores, fazemos aquelas milhões de promessas para aquele que se aproxima. Definitivamente, nunca realizamos qualquer que seja, com raras exceções, e passamos a vida frustados.

Eu, assim como todas as pessoas do mundo, a fim de me sentir normal, fazia também as minhas milhões de promessas tolas e sem qualquer chance de serem realizadas. Todos os finais de ano me sentia infeliz. A promessa de emagrecer por exemplo foi tão mal realizada que ao invés de emagrecer eu engordei. Então, pra que continuar a prometer?

Mas neste ano não. Este ano é diferente. Este ano não quero promessas. Este ano quero me conhecer. Quero buscar dentro de mim tudo o que sou. Externar tudo o que sou. Realizar o que o meu eu é capaz de realizar.

Final deste ano eu conto se terminei frutada ou não mais um ano da minha existência.

*Sabe quando você está prestes a fazer 18 anos? Você fica com aquela sensação de que tudo mudará, tudo será diferente. Você será maior de idade, dono do seu próprio nariz, seguro de si, com o corpo perfeito, com a vida que todo adulto de capa de revista tem. Ai você acorda no dia seguinte ao seu aniversário e vê que continua tudo a mesma merda de sempre. Você continua cheio de espinhas, morando com seus pais, inseguro e pra piorar a situação, agora você pode ser preso. Fim de ano é exatamente assim, nada muda!



terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Família disfuncional



Uma coisa na qual tenho refletido muito e tenho estado mais atenta é o comportamento da minha família.

Percebo como somos disfuncionais em todas as nossas relações, mesmo eu não acreditando que haja famílias "saudáveis". Eu confesso que sou completamente dependentes deles. Eles são barulhentos e não sabem conversar como pessoas normais, sem alteração da voz e sem fazer com que qualquer bate papo se transforme numa briga com gritos e tapas na mesa. Ainda sim sou dependente do carinho e afeto deles. Não que sejam corriqueiros e constantes estas demonstrações de carinho e afeto. Elas definitivamente não são. Mas minha necessidade de ama-los e sentir-me amada por eles é constante e pequenos gestos esporádicos já me confortam imensamente.

Encontrei uma descrição de família disfuncional de modelo 'cindida', na qual encaixo perfeitamente a minha família:


Os membros das famílias não conseguem se relacionar entre si. Encontram-se divididos, dispersos. Funcionam e se relacionam como se, ao ficarem juntos, todos corressem riscos do ponto de vista emocional. Assim, as pessoas não podem ter um relacionamento afetivo, são frias entre si. A doença dessas famílias cindidas está na dificuldade de convívio. Os membros percebem que ao conviverem entre si eles se machucam e se afetam negativamente, uns aos outros. (clique para saber de onde tirei esta informação)

Incrível como os acontecimentos da minha vida me levaram a observar minha família mais atentamente. Algumas coisas que percebi:

Aqui não há pedidos, há ordens. 
Aqui não há compreensão, há culpa. 
Aqui não há liberdade, há cobranças. 
Aqui não há respeito a individualidade, há imposição de vontades.
Aqui não há diálogo, há palavras finais.

Muitos podem pensar "Nossa, que ruim, e agora?". Já eu vejo por outro lado. Perceber estes aspectos da minha família pode ser altamente benéfico para mim. Em análise (terapia) identifiquei a alta dificuldade que possuo de reagir a todas estas situações. O sentimento que reside em mim é sempre de dor e sufocamento. Dentro da minha casa estou sempre tensa. Estas coisas relacionadas acima ativam tudo o que há de mais doloroso em mim. 

E qual a mágica? 

Ao identificar estes pontos eu posso encontrar a melhor forma de reagir a eles, deixando ou não as reações negativas acontecerem, porque agora eu sei quando isso vai acontecer. Não é legal?

Claro que não é fácil, e vai exigir um longo período de compreensão, testes e até mesmo sofrimento. Mas me sinto disposta a enfrentar isso em prol de uma melhor qualidade de vida para mim e para as pessoas que amo.



quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Voltando a fazer planos



Ah, tenho me sentindo animada nos últimos dias. Depois de mais de um ano de total inércia eu finalmente estou criando esperança e fazendo novos planos pro futuro. Não são planos concretos ainda, são fumacinhas que andam rodando a minha cabeça e me deixando ansiosa.

Todo esse tempo eu simplesmente achei que não haveria futuro. Seria melhor, mais fácil e menos doloroso morrer de uma vez por todas. Era desesperançoso. Não tratava-se das minhas tão corriqueiras mudanças de opinião, ou insegurança, ou confusão por mudar o que queria pra minha vida a cada dia. Não se tratava deste traço que corrobora pro meu diagnóstico borderline. Não! Tratava-se da depressão, que estava me enlouquecendo, tirando todo o meu desejo de futuro, até mesmo o meu desejo de mudar de desejo a cada 5 minutos.

Acho que finalmente a depressão está amenizando. Acredito eu que graças a medicação receitada pela psiquiatra. Ainda sim, isso me deixa aliviada. Continuo border como sempre, mas um pouco mais dócil graças a terapia. É nela que eu estou me descobrindo e firmando a minha personalidade real. Claro que eu nunca vou deixar de ser border, e nem sei se quero isso afinal é melhor sentir demais do que não sentir nada, mas ser e saber lidar com isso tornará tudo muito mais fácil.

Continuo fazendo meus artesanatos. Terminei uma almofada de retalhos e agora comecei uma de fuxicos. Estou me organizando para estudar desenho em casa mesmo, já que a minha grana está curta e não vai dar pra custear tudo o que eu desejo fazer. Minha psiquiatra disse que está na hora de eu começar a fazer uma atividade física. Eu sempre tive muita vontade de fazer pilates, mas é tão caro... Ainda estou fazendo os cálculos pra ver se vou ter condições de investir nisso. Caso o dimdim não dê vou fazer alguma modalidade de dança no Sesc, talvez balet ou dança do ventre. Também quero me inscrever no teatro. Acho que vai me ajudar muito. Todas estas são coisas que amo me imaginar fazendo e que sei que me deram um prazer imenso.