terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Sentido...



Já começo avisando que não, não estou com uma doença grave.

Neste espaço procuro me despir de toda racionalidade, aquela que faz a gente responder as pessoas "Estou bem" quando na verdade estamos morrendo por dentro. Então espero que não me julguem. Esta é minha terapia particular.

Fiquei decepcionada ao saber que não estava doente. Fiquei mesmo. Ter uma doença me fez pensar em ter um sentido pra vida. Pra viver sabe? Lutar contra algo, resistir, e se caso eu fracassasse ninguém poderia me culpar por ser incapaz; eu estava doente! As cobranças seriam menores e acima de tudo, ninguém me abandonaria.

Mas meu novo sentido não existe. E esse meu mundo imaginário, esse que crio quando não consigo lidar com a realidade, esse meu refugio, ele também não existe.

Tudo o que eu amo se vai, tudo o que sinto é avassalador e a maioria das situações, eu não sei lidar. Tem dias que acordo cheia de vontade de mudar algo, outros não quero nem acordar. Tem dias também em que eu odeio ser como sou, mas na maioria deles eu simplesmente amo. 

E sabe porque amo? Porque esta sou eu. Esta é a minha personalidade, sendo ela borderline ou não. Intensa, zangadinha, rebelde, impaciente e irritadiça e ao mesmo tempo doce, amável, amigável, solidária aos sentimentos do outro e principalmente que ama.

A novidade é que já que a vida não anda tendo muito sentido, resolvi tentar dar um sentido pra ela. Fiz vestibular para design e passei. Farei minha matricula amanhã. Vamos ver se é isso mesmo, ou se é só mais uma onda de alguma influência louca. Se no final das contas eu descobrir que a segunda opção levou a melhor eu simplesmente vou desistir. É sofrido demais não saber quem se é.


Até!



segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Me ame por favor! (continuação)



O grande segredo guardado a sete chaves por mim é que eu ansiei a vida toda ter algum tipo de doença grave. Por favor, não estou aqui fazendo qualquer tipo de apologia a morte ou qualquer coisa do sentido. A coisa toda é que percebi nesse meu momento "rainha das dores" o quanto isso está relacionado a minha doença psíquica e a busca por amor. 

Vou relatar um pouquinho da minha história para que vocês entendam o que quero dizer.

Eu tenho um irmão e uma irmã que são bem mais velhos que eu. Meu irmão do meio sempre foi muito doente durante a nossa infância. Ele tinha dores de cabeça terríveis onde ele chorava, se contorcia e gritava de dor. Os médicos não conseguiam descobrir o que ele tinha. Suspeitaram de câncer, sinusite aguda, aneurisma e até mesmo HIV, mas nada foi realmente apontado como a causa do que ele sentia. Meu irmão chegou a passar alguns meses na casa de uma tia no Paraná para tratamento médico. Acontece que nesse tempo meu irmão recebia todas as atenções possíveis. Tudo era para ele, os dias de sono perdido, os carinhos, os mimos... e tudo era porque "seu irmão é doente". Até hoje meu irmão é o preferido da casa.

Voltando a falar de mim, desde a minha adolescência de alguma forma eu busquei a doença. Desejava seriamente ter algo grave, que podia acordar um dia e descobrir que tinha algum tipo de câncer ou aneurisma, ou mesmo algum tipo de doença mental grave que me levasse a um internamento em algum manicômio. Bebia até passar mal, fumava até ter falta de ar e assim levava meus dias. Sempre dizia aos meus amigos que já que eu não tinha coragem de me matar de uma vez eu me mataria aos poucos, afim de morrer precocemente.

E justamente agora, no auge dos meus 27 anos e cheia de dores pra lá e pra cá (onde é lógico que na minha mente louca penso ter algum tipo de doença grave) olhei pra dentro de mim mesma, sem pudores e sem preconceito, observando tudo o que há de mais podre em mim e me questionei o porque eu eu desejar esse tipo de coisa (afinal de contas, quem em sã consciência quer ter uma doença grave e morrer?).

Bom, sou borderline a vida toda. Desde minhas mais remotas lembranças eu demonstro traços desta dificuldade em lidar com sentimentos e situações e principalmente a carência de afeto e aprovação do outro. A grande sacada é que na doença eu vi um meio de receber carinho e atenção (tendo como principal exemplo o caso do meu irmão), vi algum tipo de amor que eu raramente experimentei e que eu desejo arduamente que as pessoas sintam por mim, em especial a minha família. E é por isso que eu não tenho medo de estar doente. Muito pelo contrário! 

EU SOU MUITO LOUCA MESMO!! Fico de cara com as coisas que descubro sobre mim. Aonde foi que eu me perdi?

A maioria das pessoas hipocondríacas são assim por medo de morrer e de ficar doente. Eu pelo contrário, sou viciada em dorflex simplesmente porque quero me entupir de alguma coisa que pode em algum momento da vida me fazer mal. Claro que o dorflex também tem um outro efeito sobre mim, principalmente nas minhas crises de ansiedade, pânico, afeto e principalmente naqueles dias que a dor e o vazio são insuportáveis, pois ele de alguma forma me acalma. Deve ser por causa do efeito analgésico. Acrescento a esta lista de "remédios para os momentos de crise" o torsilax, cuja caixa tomei toda em menos de uma semana. Tudo em excesso! Se fico gripada sempre tomo o dobro das doses de remédio, de xarope e qualquer outra coisa. Adoro tomar a minha droguinha anti-depressiva, odeio remédios manipulados e os considero ineficazes ao efeito que eu busco. 

Queridos que em algum momento lerem este blog, não achem isso legal porque definitivamente não é! Eu tenho um problema, tenho um transtorno de personalidade descrito nos manuais psiquiátricos internacionais. Tudo o que descrevi aqui não é saudável! Eu não ligo dos meus desejos auto-destrutivos, mas sinceramente e de todo meu coração não desejo isso pra ninguém!

Espero que ao menos entendam o quanto isso é um desabafo pra mim. 

Até logo.



Me ame por favor!

O ano não terminou/começou muito bom pra mim, quando se trata da minha saúde física.

Já estava mais pra lá do que pra cá a algum tempo. A dor de cabeça era quase diária, mas eu a associava a minha péssima condição psíquica. Associava também a essa condição algumas dores no corpo, juntas e cansaço.

A alguns meses fui a uma dermatologista a fim de saber sobre a minha tenebrosa queda de cabelo. Caia tanto que eu já estava pensando que ficaria careca. Fiz todos os exames pedidos, e felizmente meus exames de sangue estavam perfeitos, exceto... Ferritina. Eu já tinha dado uma olhada nos exames e tinha visto essa alteração. Pesquisei na internet e detestei o que vi, mas minha dermatologista não levantou nenhuma questão, então despreocupei. Incrível como qualquer coisa que eu sinta eu já penso em câncer, mas de alguma forma essa ideia não me assusta.

Quando levei estes mesmos exames para a psiquiatra (porque só faziam dois meses que a dermato tinha pedido estes e ela disse que serviam), assim como a dermatologista ela concordou que meus exames estavam ótimos, mas... diferente da outra médica ela apontou o excesso de ferritina e me sugeriu dar uma olhada nisso.

Depois disso, dores na área abdominal, sangramentos, enjoos e depois do natal peguei uma gripe alérgica. Meu nariz sangrou durante a noite, enquanto eu dormia, o que pode indicar uma inflamação por rinite ou sinusite, o rompimento de uma veia ou até mesmo um pré AVC.

As dores de cabeça ainda não pararam e passei o ano novo com algum tipo de inflamação articular no ombro esquerdo e muscular na região da base do pescoço do lado direito. A alegria estava feita quando a articulação do joelho deu uma reclamada.

Marquei médico, marquei exame e marquei mais um médico. Continuo mal, aguardando consultas e exames pra saber se tem mesmo algo de errado ou se sou só sintomática mesmo.

Agora me pergunto, porque estou contando tudo isso pra vocês?


Este post termina aqui!


sábado, 3 de janeiro de 2015

Ano novo, nada de novo.



Começamos mais um ano. Espero que neste que se inicia eu consiga colocar a minha vida o mínimo em ordem. A medicação tem me feito bem. Finalmente consigo passar por um dia todinha sem pensar em me matar a cada hora. Estes pensamento diminuíram sua frequência de forma substancial. Isso me alegra. Continuo louca, ainda que minha psicóloga puxe minha orelha todas as vezes que me defino assim, mas de alguma forma eu gosto de ser louca e isso não me atrapalha muito. O que me atrapalha é a insegurança e a inconstância de opiniões.Ora prefiro verde, ora oficialmente gosto de vermelho. Isso não atrapalha tanto em pequenas coisas da vida, mas pesa muito em decisões relacionadas a carreira, dinheiro, futuro... Como planejar se em menos de uma semana já quero algo totalmente diferente? Imaginem... Complicado né?

Bom, a questão toda é que começamos mais um ano e, não diferente de todos os finais de ano anteriores, fazemos aquelas milhões de promessas para aquele que se aproxima. Definitivamente, nunca realizamos qualquer que seja, com raras exceções, e passamos a vida frustados.

Eu, assim como todas as pessoas do mundo, a fim de me sentir normal, fazia também as minhas milhões de promessas tolas e sem qualquer chance de serem realizadas. Todos os finais de ano me sentia infeliz. A promessa de emagrecer por exemplo foi tão mal realizada que ao invés de emagrecer eu engordei. Então, pra que continuar a prometer?

Mas neste ano não. Este ano é diferente. Este ano não quero promessas. Este ano quero me conhecer. Quero buscar dentro de mim tudo o que sou. Externar tudo o que sou. Realizar o que o meu eu é capaz de realizar.

Final deste ano eu conto se terminei frutada ou não mais um ano da minha existência.

*Sabe quando você está prestes a fazer 18 anos? Você fica com aquela sensação de que tudo mudará, tudo será diferente. Você será maior de idade, dono do seu próprio nariz, seguro de si, com o corpo perfeito, com a vida que todo adulto de capa de revista tem. Ai você acorda no dia seguinte ao seu aniversário e vê que continua tudo a mesma merda de sempre. Você continua cheio de espinhas, morando com seus pais, inseguro e pra piorar a situação, agora você pode ser preso. Fim de ano é exatamente assim, nada muda!